Concentração dia 22 frente à AR

Basta de exploração <br>e empobrecimento

O Go­verno PSD/​CDS vai tentar apro­veitar a úl­tima vo­tação da le­gis­la­tura, no dia 22, para aprovar novas me­didas anti-la­bo­rais e anti-so­ciais. A CGTP-IN con­vocou uma con­cen­tração para dizer «basta» à po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento.

É tempo de acabar com a po­lí­tica de di­reita

A In­ter­sin­dical re­corda que, como con­sequência da po­lí­tica de di­reita, im­ple­men­tada pelo Go­verno PSD/​CDS, Por­tugal está hoje mais pobre e mais en­di­vi­dado: o nível de vida re­grediu para ní­veis de 1990; o País produz menos do que em 2001; a dí­vida do País, que não che­gava aos 60 por cento antes da adesão ao euro, ul­tra­passa os 130 por cento; Por­tugal pagou 50 mil mi­lhões de euros de juros nos úl­timos três anos e, até 2020, vai pagar mais 60 mil mi­lhões.

O Go­verno PSD/​CDS «ar­rastou o País para o abismo do de­sem­prego e da po­breza», afirma a cen­tral sin­dical, acres­cen­tando que hoje os po­bres estão mais po­bres e os ricos mais ricos: au­men­taram as de­si­gual­dades; os cortes nos sa­lá­rios e pen­sões e o brutal au­mento dos im­postos sobre os ren­di­mentos dos tra­ba­lha­dores le­varam ao em­po­bre­ci­mento das fa­mí­lias; quase dois mi­lhões de por­tu­gueses estão em risco de po­breza; a per­cen­tagem de cri­anças e jo­vens em si­tu­ação de po­breza au­mentou para 25,6 por cento; o de­sem­prego, os cortes e os baixos sa­lá­rios le­varam a que a par­cela das re­mu­ne­ra­ções no PIB bai­xasse para os 3,5 por cento.

A po­lí­tica de di­reita atacou a con­tra­tação co­lec­tiva, os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e in­ten­si­ficou a ex­plo­ração; pro­vocou a des­truição de quase 500 mil postos de tra­balho entre 2009 e 2014, fez subir os ní­veis de de­sem­prego para pa­ta­mares ele­va­dís­simos e levou a que o de­sem­prego entre os jo­vens du­pli­casse (de 20 para 40 por cento). Com a po­lí­tica de di­reita – su­blinha a CGTP – o pa­tri­mónio na­ci­onal tem sido des­ba­ra­tado: ser­viços pú­blicos en­cer­rados; em­presas es­tra­té­gicas en­tre­gues ao grande ca­pital; trans­portes, águas e re­sí­duos só­lidos pri­va­ti­zados.

Rumo de al­ter­na­tiva

Por tudo isto – e porque dia 22 o Go­verno quer aprovar mais me­didas gra­vosas para os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções –, a GCTP-IN afirma que é tempo de «der­rotar o Go­verno», «acabar com a po­lí­tica de di­reita» e cons­truir «uma po­lí­tica al­ter­na­tiva de es­querda e so­be­rana». Assim, na pré-con­cen­tração às 10h30 no Largo de Santos e, às 11h00, frente à As­sem­bleia da Re­pú­blica, os tra­ba­lha­dores irão exigir a de­fesa dos di­reitos e o fim do ataque à con­tra­tação co­lec­tiva; a pro­moção das fun­ções so­ciais do Es­tado e o fim do ataque à Se­gu­rança So­cial, ao Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e à Es­cola Pú­blica; o fim das pri­va­ti­za­ções e dos en­cer­ra­mentos de ser­viços pú­blicos.

Face a uma po­lí­tica que ameaça a so­be­rania do País, ataca os tra­ba­lha­dores e as ca­madas mais des­fa­vo­re­cidas da po­pu­lação, irão exigir: au­mento dos sa­lá­rios; re­po­sição dos sa­lá­rios e pen­sões rou­bados; re­po­sição das 35 horas na Ad­mi­nis­tração Pú­blica; in­ves­ti­mento para au­mentar a pro­dução; rom­pi­mento com o Tra­tado Or­ça­mental e ne­go­ci­ação da dí­vida, eli­mi­nando a parte ile­gí­tima; afir­mação do pri­mado dos in­te­resses na­ci­o­nais.




Mais artigos de: Trabalhadores

Luta reforçada pela esfera pública

A luta contra as pri­va­ti­za­ções e a de­fesa dos postos de tra­balho e da con­tra­tação co­lec­tiva pre­si­diram a vá­rias ac­ções re­a­li­zadas nos úl­timos dias pelos tra­ba­lha­dores dos trans­portes. Hoje, fer­ro­viá­rios no ac­tivo e re­for­mados con­cen­tram-se em Lisboa.

Mantém-se a luta <br>pela Escola Pública

Ao cabo de três dias de de­bate nas reu­niões dos seus ór­gãos, a Fen­prof fez um ba­lanço de final de ano e de le­gis­la­tura. Mário No­gueira afirmou a ne­ces­si­dade de «al­terar a po­lí­tica em curso» e que, para tal, há uma con­dição ab­so­lu­ta­mente ne­ces­sária: mudar de go­verno».

Pela dignificação<br>do Ensino Superior

A Fenprof defende a transformação do actual sistema binário – universitário e politécnico – de Ensino Superior num sistema unitário, integrado e diversificado, considerando que é hoje evidente «para a sustentabilidade de muitas...

Afinal, Governo paga<br>à Cambridge

Apesar de ter garantido que a realização do Preliminary English Test (PET), em resultado do protocolo assinado com a Universidade de Cambridge, não traria custos acrescidos para o erário público, o Ministério da Educação (MEC) diz agora que os cofres...

Manifesto pelo desenvolvimento

«Pelo desenvolvimento, pelo trabalho com direitos, por uma vida digna», a União dos Sindicatos de Castelo Branco (CGTP-IN) promoveu, dia 8, um encontro sindical distrital na Covilhã. Na ocasião, foi aprovado por unanimidade um manifesto em que a USCB/CGTP-IN apresenta a...

Forte adesão à luta na BA Vidro

Os trabalhadores das fábricas de Avintes (Vila Nova de Gaia), Marinha Grande e Venda Nova (Amadora) estiveram em greve entre os dias 11 e 14, em vários períodos e turnos, informa a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção,...